"JOGOS NÃO FALAM DE AMOR" DIZ LULA

Recentemente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em uma entrevista que "não tem game falando de amor, e game ensinando a molecada a matar". Essa afirmação gerou polêmica e dividiu opiniões sobre a relação entre jogos violentos e comportamento agressivo.

Enquanto alguns concordam com Lula, outros apontam que a conexão entre jogos violentos e comportamento violento é complexa e que existem estudos que discordam dessa afirmação.

Um estudo publicado em 2018 na revista Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology encontrou uma correlação entre a exposição a jogos violentos e um comportamento agressivo em jovens. No entanto, o estudo também destacou que o efeito da exposição a jogos violentos foi maior em crianças que já tinham um comportamento agressivo.

Já um estudo publicado em 2019 no Journal of Youth and Adolescence encontrou que a exposição a jogos violentos não estava associada a comportamentos agressivos em adolescentes. O estudo destacou que fatores como histórico de agressão, exposição à violência em casa e contexto social eram mais influentes no comportamento agressivo.

Outro estudo publicado em 2020 no Journal of Experimental Social Psychology descobriu que jogar jogos violentos não aumentou a agressão em pessoas com baixo nível de hostilidade, mas pode aumentar a agressão em pessoas com alto nível de hostilidade.

Embora a afirmação de Lula possa ter sido baseada em preocupações legítimas sobre o efeito dos jogos violentos na juventude, é importante reconhecer que a relação entre jogos violentos e comportamento violento é um assunto controverso e que as evidências científicas são variadas. A Academia Americana de Pediatria, em um relatório de 2016, afirmou que há uma correlação entre a exposição a jogos violentos e o comportamento agressivo em crianças, mas destacou que outros fatores, como histórico de agressão, contexto social e exposição à violência em casa, também são fatores importantes.

Portanto, é importante que os pais monitorem o tempo que seus filhos passam jogando jogos eletrônicos e escolham jogos apropriados para a idade e o desenvolvimento dos filhos. É necessário também incentivar mais pesquisas sobre o assunto e encontrar maneiras de limitar o impacto negativo dos jogos violentos, se houver.

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